A GESTÃO DO CONHECIMENTO NO DESENVOLVIMENTO DE
ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS.
Ferreira,
Antônio Madiflávio de Oliveira¹
¹ Bacharel em Administração (FTB), Tecnólogo em Marketing (UNINTER), cursando Especialização em MBA Gestão do Conhecimento (UNINTER).
Carla Gomes Beuter Diógenes²
² Mestre em Administração (UFPR), professora e orientadora de TCC do Centro Universitário UNINTER.
RESUMO
Os
estudos realizados sobre os fundamentos teóricos deste trabalho têm como
objetivo principal apresentar a importância da gestão do conhecimento no
desenvolvimento de organizações empresariais na busca da excelência
mercadológica. Para isso foi utilizado método de pesquisa bibliográfica para
composição deste trabalho. Durante este estudo chegou-se a conclusão que os
muitos séculos da historia humana foram necessários para desenvolver diversos meios
para atingir a tão almejada excelência organizacional. O fator conhecimento
humano sempre foi deixado de lado, pois de certa forma era algo subjetivo, acreditava-se
que não haveria muita importância nos resultados finais das organizações, hoje
é certo que, algo sem importância para muitos estudiosos da administração é
fundamental para o sucesso de qualquer organização. Nesse trabalho mostra-se
que o conhecimento é o que determina a historia de sucesso das organizações
humanas e seu futuro promissor, sendo fundamental à sobrevivência ou mesmo no
desenvolvimento de novas organizações, dando origem a empresas que já nascem
aprendendo, crescendo rumo a sua excelência mercadológica, saindo de processos
simples, tornando-se organizações complexas eficazes, nesse contexto histórico
e metodológico estudado nasce um novo perfil de gestor que tem o papel
fundamental de identificar talentos ajudando-os a atingir todo o sua
potencialidade e competência profissional, sendo chamado de “mentoring” ou mentor em português, esse
profissional tem se tornado fundamental no processo de desenvolver pessoas e
organizações de alto desempenho, tornando-se uma peça fundamental no novo
modelo da gestão do conhecimento.
Palavras chaves
Conhecimento.
Organizações. Negócios. Excelência. Informação.
1 INTRODUÇÃO
Esse artigo apresenta a
importância da gestão do conhecimento no desenvolvimento de organizações empresariais
na busca da excelência, iniciando na administração cientifica e chegando a
gestão do conhecimento atual.
Maximiniano (2012) diz que a
administração cientifica tinha como foco o estudo dos tempos e movimentos, de
operações fabris, linha de montagem, processos administrativos com ênfase no
cargo, função e atividades gerenciais, a burocratização dos processos para
aumentar a eficiência organizacional, todos os últimos apresentados aqui com
ênfase em processos e padronização de atividades.
Dois itens de extrema
importância não eram considerados no processo de funcionamento das organizações
que é o fator humano e seu conhecimento, Maximiniano (2012) diz que em 1927 chegou-se
a conclusão que não só os processos, mas a relação do comportamento humano com
o ambiente também influenciava nos resultados, pensou-se então no fator humano
como uma peça importante da equação para alcançar o aumento do desempenho dos
negócios, os conhecimentos desenvolvidos deram origem à administração
contemporânea.
As
empresas se preocuparam em oferecer ao mercado produtos diferenciados e
adaptados às necessidades dos consumidores, automaticamente criam-se novos
tipos de consumo e comportamento, segundo Maximiniano (2012) nesse ponto o
desenvolvimento do pensamento administrativo se tornou mais complexo dando
origem a teoria geral dos sistemas que desenhou o pensamento da “totalidade” do
sistema unindo processos independentes em um só objetivo final.
Este
artigo foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica e está dividido em um
formato cronológico coerente, apresentando o desenvolvimento das organizações
empresariais perante seus objetivos como produto, produção, distribuição e
vendas, cliente, Informações e apresentando a gestão do conhecimento como
ferramenta e no final apresentamos o profissional do século XXI o “Mentoring”
ou mentor. Sendo de extrema importância a discussão e estudo desse tema para o
desenvolvimento de organizações cada vez mais efetivas no processo da gestão
organizacional e no alcance da desejada excelência.
2 A HISTORIA E EVOLUÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES
2.1
ORGANIZAÇÕES FOCADAS NO PRODUTO
As organizações empresariais
que segundo Chester Barnard (1938)
são sistemas cooperativos, formados por pessoas que se comunicam entre si e
desenvolvem ações tendo em vista alcançar um propósito comum, molas propulsoras
da economia básica humana.
“ Organizações são sempre as ações de pessoas, por
palavras, olhares, gestos, movimentos, nunca objetos físicos, embora coisas
possam ser usadas convenientemente como evidência da ação, como no caso da
escrita [...] coisas físicas são sempre uma parte do ambiente, uma parte do
sistema cooperativo, mas nunca uma parte da organização” (Chester Barnard,1938
p. 97).
A raça humana se dividia em aldeias que
se especializaram em uma metodologia de produção ou coleta de produtos de
acordo com o ambiente, buscando a satisfação das necessidades fisiológicas
básicas circunstancieis.
A especialização de um grupo
demonstrada em sua eficácia produtiva gerou excesso de produtos alimentares
específicos. Portanto esses “produtos”, em excesso, eram utilizados em troca
como escambo com outras aldeias que possuíam especializações para satisfação de
diferentes outras necessidades, surgindo assim os primeiros negócios e as
relações de comercio. Datam das primeiras impressões de negociações. Sendo este processo de troca somado às
negociações, embora, não havendo simbolismo em moeda, tornando-se os primeiros
micros ambientes econômicos observáveis.
O negocio, termo
derivativo do latim necotium, que
significa a negação (nec) do ócio (otium).
Para este negocio prosperar, garantindo a sobrevivência do grupo foi preciso
administrar varias situações diárias de produção e distribuição: quem vai à
caça, quem fica na caverna, quem decide qual o melhor jeito de caçar. De certa
maneira, essas também são as decisões que as organizações atuais enfrentam para
manter os seus negócios. (COLTRE, ano 2014, p. 29).
O termo negócio trouxe uma nova realidade
para as comunidades onde esse fato ocorreu, então perceberam que não
necessitavam ficar parados esperando a natureza dar tudo o que precisavam, podiam
ser autossuficiente quanto à produção agrícola e criações de animais com o
excesso de seus produtos negociavam com outras comunidades que também saíram de
seu ócio para a nova realidade do negocio entre as organizações humanas, que se
tornavam mais complexas e diversas em suas necessidades, nesse contexto não
existia estudos científicos para levar os negócios aos altos índices de
excelência mercadológicos de hoje.
2.2
ORGANIZAÇÕES FOCADAS NA PRODUÇÃO
Tornando-se
autossuficientes na produção agrícola e criação de animais, os primeiros gestores
organizacionais da historia humana começaram a acreditar que o fundamental era
ter o produto diferenciado, tendo o produto que todo mundo queria a eficácia
era alcançada e o valor da organização perante o mercado também dando inicio
assim aos primórdios da administração. Contudo o mercado não reagiu da forma
que se esperava.
Quanto
mais se oferecia esses produtos diferenciados mais os mercados consumidores queriam
mais novidades, exigindo um diferencial competitivo cada vez maior dessas organizações
de produção.
As
necessidades humanas se mostraram ser ilimitadas. Em quanto os recursos para
satisfazê-las eram limitados mediante a rapidez tecnológica e a busca da
sociedade em querer obter “o novo”. Para atingir a satisfação do novo perfil de
necessidades de consumo, dos quais vão evoluindo com a mudança do comportamento
social. Organizações foram forçadas há buscar novas formas e sistemas de
produção para suprir as necessidades humanas mercadológicas surgindo assim à
administração cientifica para atingir esse objetivo.
“O
sistema, pois, a que damos o nome de organização, é um sistema composto das
atividades dos seres humanos. O que faz dessas atividades um sistema é o fato
de os esforços de diferentes pessoas serem coordenados...” (Chester Barnard,1938,
p. 97).
Segundo
Coltre (2014) o foco de ação então se voltou para um sistema de produção em
massa então a administração cientifica foi essencial para entender as questões
fundamentais como o tempo e movimento levantado por Taylor (1903) e a criação
da linha de montagem e padronização da produção realizada por Ford inicio do
século XX, os mercados cresceram de forma exponencial junto com suas
necessidades, a revolução industrial pós-moderna partir de 1940.
Coltre
(2014) diz que ainda que a revolução industrial foi o divisor de águas. Fez-se
necessário uma gestão especializada em produção de larga escala para alimentar
esse mercado consumidor voraz com fome de novos produtos, então o pesquisador e
industrial Henri Fayol chamado pai da administração moderna desenvolveu os
princípios básicos da administração como autoridade e responsabilidade, Unidade
de comando, Cadeia de comando e Espírito de equipe tendo como elementos básicos
da organização as funções de planejar, organizar, comandar e controlar.
E
segundo Maximiniano (2012) as empresas perceberam que possuíam grandes
quantidades de produtos estocados em um mercado que se tornou vasto e complexo
com uma diversidade cada vez maior de perfis humanos de consumo,
consequentemente de necessidades tão complexas quanto. Nos toma o questionamento nesse cenário tão diversificado,
como poderiam as organizações à atingir essa satisfação ou mesmo excelência
organizacional que tanto o mercado desejava e buscava incansavelmente?
2.3
ORGANIZAÇÕES FOCADAS NA DISTRIBUIÇÃO E VENDA
Como já apresentado nas ideias de Coltre (2014) e Maximiniano
(2012) nos tópicos anteriores o comercio entre as organizações e os
consumidores se iniciaram ainda na pré-história, os grupos humanos viviam
separadamente gerindo os recursos que possuíam em mãos e se adaptavam as influências
externas do ambiente tornando-se basicamente coletores, depois produtores
agropecuários, mas com o tempo foram se especializando em produtos específicos
de acordo com o excesso a matérias primas do ambiente, desenvolvendo a
necessidade de realizar trocas ou escambo de diversos tipos de produtos, como,
comida, utensílios, ferramentas e etc.
Deu-se iniciou assim ao comercio como conhecemos hoje,
essa nova forma de comunicação tornou de grande valia para manter o
relacionamento entre os grupos humanos e desenvolver a base solida de um
aprendizado coletivo entre raças ou culturas diferentes, segundo Ratto (2009)
que então por volta do Século VI a.C, foi criado a moeda uma inovação foi
fundamental para a explosão comercial entre as diferentes organizações humana.
Ratto
(2009) diz ainda que as organizações no inicio do século XX em mais uma
tentativa de responder o questionamento abordado no texto anterior, mudaram seu
objetivo estrutural sendo dado enfoque ao processo logístico de distribuição e
venda de seus produtos excedentes. Criando
pontos bem localizados de armazenamento e comercialização, dando assim inicio
ao comercio como conhecemos.
A
partir da segunda metade do século XIX e, mais intensamente, nos primeiros anos
do século XX, a atividade comercial nos Estados Unidos e, com algum atraso, nos
principais países da Europa começa a tomar a forma que conhecemos hoje (...) À
Medida que a revolução industrial se expande, fica mais claro que a economia
funciona de forma interligada. Um aumento da produção industrial leva mais
produtos ao mercado e incentiva o consumo que, por sua vez, estimula novamente
a produção. (RATTO, 2ª ed., 2009, p. 37).
Na Necessidade do processo evolutivo
organizacional foi desenvolvido os valores comerciais básicos com intuito
sistematizar as ações comerciais. Entendendo-se de forma subjetiva, -valores
comerciais- como: padrões a serem seguidos para a satisfação do mercado
consumidor.
Segundo
Luiz Ratto (2009 p. 37): “a) especialização de estabelecimentos comerciais; b)
lojas maiores, que são (empreendimento) com uma relevante área construída ampla
focada em exposição de mercadorias; c) profissionalização da atividade
comercial, ou seja, abandono da utilização da mão-de-obra familiar e enfoque na
seleção de profissionais especializados; d) alto giro de estoques, que neste
dar-se-á ênfase na comercialização do produto, assim, fazendo uma renovação de
estoque; d) aumento da concorrência.”
Com o aumento do mercado consumidor
surgiu à figura do concorrente comercial que se tornou a referência de evolução
para uma dita excelência organizacional. Criou-se, assim, uma rede de
organizações interligadas em processos no grande sistema comercial, tornando-se
cada vez mais complexa, ampla e com diversos atores envolvidos em seu
funcionamento, consequentemente tornou-se frágil e de difícil controle, pois
qualquer coisa que aconteça em um ponto do processo atinge toda a estrutura da
rede ou sistema, podendo causar um colapso em toda ela, assim como também
diretamente nas organizações envolvidas.
2.4
ORGANIZAÇÕES FOCADAS NO CLIENTE
O novo cenário mercadológico, com as
características acima citadas contidas no processo das organizações
colocaram-nas num víeis de uma nova percepção: a de estarem nas mãos do
consumidor. Assim causando um colapso em sua rede distribuidora e ao mesmo
tempo no sistema comercial.
Segundo Ratto (2009) deu-se inicio
então a um afunilamento no ponto final de todo o processo, o ser que faz tudo
acontecer - o cliente. Assim começou-se uma nova padronização e estudo de
mercado, tendo como principal objetivo realizar um levantamento de informações
sobre esse consumidor final. Para que assim, pudessem ser feitas previsões de
necessidades, tendências futuras, ainda somadas a ameaças e oportunidades
frente a esse complexo mercado mutante, implantou-se um sistema de mensuração
permanente tocante ao cliente como indivíduos ou grupos com perfis e
características singulares.
Conhecer profundamente o mercado e acompanhar as
mudanças, entender o consumidor, identificar suas expectativas e antecipar-se a
elas, fazer frente à concorrência – todos esses requisitos são importantes para
qualquer profissional do comercio. Somente com o domínio dessas variáveis, é
possível gerir uma empresa com vistas a garantir sua sobrevivência, contornar
dificuldades e criar condições para seu crescimento. (RATTO, Luiz 2009, p. 176)
Assim nesse novo contexto
mercadológico surge a capacidade estudar, absorver e aplicar conceitos modernos
de coleta de dados que então transformam-se em informação para ser analisada
quanto sua relevância ou irrelevância na utilização imediata, resultando dessa
análise o conhecimento que quando aplicado transforma-se em sabedoria ou
competência, sendo esse o primeiro passo para a formatação do que vamos
conhecer nesse trabalho como gestão do conhecimento.
2.5
ORGANIZAÇÕES COM ENFOQUE NAS INFORMAÇÕES.
No inicio do século XXI as
organizações perceberam que só ter o produto, adapta-lo produzi-lo em massa,
realizar a venda, êxito na entrega para o consumidor final e mesmo ainda conhecer
bem o cliente não eram suficientes para alcançar a excelência organizacional.
Preocupado
com a natureza experimental e manifesta da economia capitalista, Schumpeter
(1934) observou que o surgimento de produtos, métodos de produção, mercados,
materiais e organizações resultaram de novas combinações de conhecimento. (SOUZA,
Leonardo Leocádio C. 2011, p 52)
A Informação a partir de então
passou a ser um diferencial competitivo das empresas nesse novo século. Onde,
sem o estudo da mesma, as empresas estavam fadadas ao fracasso, mesmo este
imperceptível a médio ou longo prazo, culminar-se-ia na extinção daquele corpo
organizacional.
A
informação, como objeto fenomenal de estudo da CI, tem uma representatividade
fundamental na Administração. O resultado dessa interação lógica está
relacionado à sua inserção na estratégia empresarial, sobretudo, os feitos que
objetivam dinamizar as ações econômicas, comerciais, políticas, sociais etc.,
de modo a propiciar a permanência da organização no mercado em que atuam. Dessa
forma, a informação passa a ser valorada de tal forma que justifica o seu
papel-chave nas organizações (ALVES e DUARTE 2014, p. 32)
Segundo Alves e Duarte (2014) faz necessário o surgimento
da ciência da informação (CI) como uma forma de estudar e explicar os fenômenos
resultantes da utilização prática de dados obtidos e transformados em informações
palpáveis e concisas. Destas sendo-as classificáveis em relevantes e
irrelevantes.
Como ciência, o estudo da informação é vital para a saída
do “achismo” normalmente existente resultante de uma vivência prática. A partir
da cientificação da informação podemos desenvolver resultados atrelados a uma
realidade mercadológica, assim criamos uma teoria a ser embasada e comprovada
por meio de coleta e análise de dados. Para que assim consiga-se sair do
conhecimento tácito obtido de uma na prática da interação entre o mercado e a
organização, havendo a conversão de uma informação simples para um conhecimento
explicito teórico complexo.
Advindo o avanço da tecnologia da informação percebeu-se
que ter essa informação analisada de forma a identificar os assuntos relevantes
e irrelevantes, é fundamental para a sobrevivência das empresas em nosso
mercado competitivo, já que é, agora, solidificada a grande característica mutabilidade
das variantes que compõe a organização mercadológica. Um grande volume de
informações produzidas por Stakholders,
que segundo Coltre (2014), são os: colaboradores, acionistas, clientes,
fornecedores e governantes. Num cenário
tão volúvel, é necessário à implementação de uma metodologia de gestão eficaz
do conhecimento.
Item
|
Evento
|
Dado
|
Conjunto de fatos
objetivos relativos a eventos
|
Informação
|
Dados dotados de
relevância e significado para o usuário. Ocorre quando os dados são contextualizados,
categorizados, calculados, corrigidos e condensados.
|
Tabela 1: Comparativo entre dados e
Informação Fonte: Coltre, Sandra Maria
(2014, p. 53).
Esse desenvolvimento da C.I. (Ciência
da Informação) foi grande salto evolutivo na forma de gestão dos negócios
utilizando uma metodologia cientifica debruçada totalmente a informação. Mas de
onde vêm essas informações e onde são produzidos os conhecimentos aqui citados?
A resposta esta nas pessoas, seres pensantes e conscientes, que faziam parte de
toda a cadeia produtiva e consumidora desse imenso mercado complexo, o qual
está se estudando, entendendo esse ator central, então estaremos mais perto de
solucionar diversas problemáticas que surgem perante o planejamento do futuro
das organizações em busca de sua excelência.
2.6
A GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO FERRAMENTA
Segundo Rossatto (2003) as
estruturas mercadológicas contemporâneas são sustentadas por algo muito maior
do que capital imobilizado tangível que os gestores tradicionais tanto
valorizam. A real sustentação dessa vasta rede mercadológica é feita por
conceitos, crenças, ideias e colaborações não artificiais entre pessoas;
advindos da grande diversidade de integrações que fazem parte dos Stakholders.
Invisíveis à percepção humana, mas que veem durante as eras construindo
tudo que existe e tudo o que existirá no futuro das organizações empresariais.
Sendo essa força propulsora, que era de certa forma
intangível, chamada de – conhecimento. Segundo Lotz, e Gramms, (2012)
a gestão
é de fundamental importância no processo de criação dos padrões necessário para
implantação e alcance da excelência do organismo empresarial.
Sua implantação se inicial com a definição do objetivo
final dessa gestão do conhecimento para que assim possamos implantar os
parâmetros do processamento da informação e definição de sua formatação em
conhecimento organizacional necessário para tal fim, assim gerando crescimento
individual dos colaboradores e dos setores envolvidos em todo o processo. Segundo
Vasconcelos (2007) esse processo é comparado com o pensamento, todo individuo
possui um grande armazenamento de informações em seu cérebro, contudo, tem
grande dificuldade de acessa-la devido à falta de treinamento e técnicas
necessárias para tal fim.
Morgan (1996) diz que a partir que se comece a treinar e
implantar métodos mais eficazes para o acesso às informações relevantes ao
objetivo ele (o individuo) tornar-se um ser mais inteligente e eficaz em seus
resultados.
A gestão do conhecimento segundo Rossatto (2003) é um
conjunto de ações implantadas para gerenciar a entrada, processamento, análise,
armazenamento e a utilização das informações mercadológicas, tendo como base
para todo esse processo as pessoas envolvidas e as tecnologias da informação
criadas para tal fim, levando a expansão da capacidade do cérebro e da mente
humana surgindo a mente eletrônica estendida ou mais vulgarmente conhecida como
internet e intranet.
Segundo Peter Drucker (2005) esse processo de comunicação
interna é a “Aprendizagem organizacional, capacitação e desenvolvimento devem
ser realizados em todos os níveis da organização. É um esforço continuo” para
que assim a organização como um todo funcione como um cérebro “Aprendendo a
Aprender” assim fazendo surgir o “Trabalhador do Conhecimento”.
A metáfora da organização
funcionando como cérebro foi apresentado por Morgan (1996) onde ele diz que “As
Organizações são sistemas de processamento de informação, capazes de aprender a
aprender.” Como consequência desse modelo organizacional a ênfase nos sistemas
de informação, de comunicação e de decisões.
São necessários alguns passos para a
implantação da gestão do conhecimento em qualquer organização empresarial, não
se diferenciando em tamanho ou complexidade de processo, dentre esses passos
estão os seguintes: Implantação de um sistema de coleta de dados, organização
dos dados coletados, definição de parâmetros para analise das informações, implantação
do S.I.M (Sistema Organizado de Memória).
Desenvolvimento
de métodos formatação do conhecimento de forma explicita, desenvolvimento de um
processo eficaz para resgate ou armazenamento do conhecimento produzido pela
organização, implantação e avaliação das competências organizacionais que são a
mensuração do nível de conhecimento, avaliação das habilidades desenvolvidas e
análise das atitudes projetadas, execução das atividades e ações para atingir
os objetivos definidos, Análise dos resultados alcançados pela execução das
ações, correções dos erros e realimentação do sistema integrado de memória
organizacional.
A Gestão segundo Lotz e Gramms (2012) é fundamental para
o organismo empresarial e da mesma forma deve ser aplicada ao conhecimento
surgindo a gestão do conhecimento (G.C.). Para a organização exercer de forma
eficaz sua função e papel estratégico na sociedade, mantendo sua evolução
constante, faz-se necessário ascender com
os seguintes passos: Planejamento das ações, direcionamento, controle e a
avaliações dos resultados das ações implantadas. Processo este, chamado P.D.C.A
que é a base para a implementação de qualidade atingindo-se resultados
positivos ao meio em que está inserido.
A
Gestão é um processo que envolve ações como planejar, organizar, liderar,
coordenar e controlar as atividades de uma unidade organizacional,
diagnosticando suas deficiências e seus aspectos positivos, estabelecendo metas
e programas, tanto para sanar deficiências quanto para expandir e desenvolver
seus aspectos positivos, pois sabemos que gerir implica em atuar com as pessoas
e por meio delas para realizar objetivos tanto organizacionais quanto de seus
membros. (LOTZ, e GRAMMS, 2012, p. 9)
O
estudo e controle dessa ferramenta de gestão se faz fundamental para a
sobrevivência econômica da rede organizacional existente, sendo necessária a
implantação de uma gestão com enfoque no processo de produção, armazenamento e
utilização desse conhecimento, dando inicio assim ao momento em que vivemos
hoje, que se estendera a longo prazo, onde quem sobrevive é quem sabe usar o
conhecimento que possui, desenvolvendo as habilidades necessárias e atitudes
adequadas cada nova situação da existência ativa da empresa.
Diante disso pode ser desenvolvido o “DNA da excelência” que é o código para a
evolução constante dos negócios A gestão do conhecimento como uma tecnociência
da administração ainda é muito nova e têm diversos conceitos.
Na
linha de Scharf (2007), defende-se que gestão do conhecimento é o conjunto de
processos para a criação, disseminação e uso do conhecimento dentro da empresa,
com o objetivo de desenvolver vantagens competitivas sustentáveis através da
criação de valor compartilhada com o mercado. E defende que “...passa pelo
estudo, discussão e compreensão das características e demandas do ambiente
competitivo e entende o conhecimento como o ativo mais importante das empresas”
(SCHARF., SORIANO-SIERRA, ano 2008,
p. 93).
Diferente da metodologia
cientifica tradicional; que tem como principal função observar sem interferir no
objeto que esta estudando. A tecnociência tem como método coletar dados, tabula-los,
organizar a informação, analisar e partir de então há a realização do
planejamento de ações para o melhor método de correção dos problemas
identificados no objeto estudado.
De
acordo com Rossatto (2003), gestão do conhecimento é um processo estratégico
contínuo e dinâmico que visa gerir o capital intangível da empresa e todos os
pontos estratégicos a ele relacionados e estimular a conversão do conhecimento.
Desse modo, deve fazer parte da
estratégia organizacional e ter sua implantação garantida e patrocinada pela
alta gerência, a quem deve estar subordinado todo o processo de gestão do
conhecimento. (SCHARF., SORIANO-SIERRA,
ano 2008 p. 93).
Os
conhecimentos têm duas classificações importantes, para Nonaka e Takeuchi
(1997), os conhecimentos tácito e explícito não são entidades totalmente
separadas e sim mutuamente complementares. Interagem uns com os outros e
realizam trocas nas atividades criativas dos seres humanos. Esta interação é
denominada pelos autores de “conversão do conhecimento”, processo onde
os conhecimentos tácito e explícito se expandem tanto em qualidade quanto em
quantidade. A informação pode ser vista de duas perspectivas: a informação
sintática (ou volume de informações) e a informação semântica (o significado).
A externalização ou conversão do conhecimento é uma etapa
também muito importante, sendo entendida como: como a transformação do
conhecimento pessoal vivenciado pelo individuo (tácito), em conhecimento
explicito, materializando-o e estruturando, realizando assim, uma expansão do
conhecimento obtido podendo ser percebidos em: manuais, textos ou todo e
qualquer material escrito que posso ser utilizado para futuras consultas. E,
assim, se desenvolvendo padrões e regras nas soluções de problemas dentro da
organização.
TÁCITO (subjetivo)
|
EXPLÍCITO (objetivo)
|
Conhecimento da
experiência (corpo)
|
Conhecimento da
racionalidade (mente)
|
Conhecimento
simultâneo (aqui e agora)
|
Conhecimento
sequencial (lá e então)
|
Conhecimento
análogo (prática)
|
Conhecimento
digital (teoria)
|
Tabela
2: comparativo do conhecimento tácito e explícito Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997, p 36) apud (SCHARF e SORIANO-SIERRA, Vol.
5, No. 1, 2008, p 92)
Segundo Nonaka e Takeuchi
(1997) no processo da produção e
gestão do conhecimento duas dimensões são fundamentais para este fim, sendo
elas: a) epistemológica; onde o conhecimento é produzido tacitamente
pelo individuo e depois é explicitado na forma materializada de documentos
textuais contendo padrões e regras que outros indivíduos podem utilizar a
posteriori por meio de consulta a estes.
b) ontológica; que são os processos sociais de distribuição do
conhecimento onde as organizações proporcionam o ambiente favorável para a
troca de conhecimento.
Segundo
Nonaka e Takeuchi (1997), a estrutura conceitual básica do conhecimento tem
base em duas dimensões – epistemológica e ontológica. Pela dimensão ontológica,
em termos restritos, o conhecimento só é criado por indivíduos. Uma organização
não pode criar conhecimento sem indivíduos, em que estes, quando criativos, são
apoiados ou lhes é proporcionado contextos para a criação do conhecimento. A
criação do conhecimento organizacional é um processo que amplia em toda a
organização o conhecimento criado pelos indivíduos, cristalizando-os como parte
da rede de conhecimentos da organização.
Nonaka e Takeuchi (1997) dizem ainda que temos dentro da
dimensão epistemológica a Combinação que é a teoria transformada em uma nova
teoria por meio de pesquisa bibliográfica textual e ainda Internalização que é
o processo pelo qual o individuo transforma o conhecimento explicito teórico em
tácito prático pelo processo de aplicação desse conhecimento, a organização tem
a função ontológica de criar o ambiente propício para que esses processos de
criação do conhecimento possam ocorrer e assim possa se chegar ao desenvolvimento
do individuo e da própria organização.
Ao
aplicarmos a gestão do conhecimento (G.C) nas organizações temos a oportunidade
de gerar valor, pois o conhecimento é um item tão importante nas empresas
quanto o capital financeiro, assim, possuí-lo gera poder e sua aplicação produz
valor há curto, médio e longo prazo a qualquer organização. Contudo, somente
estoca-lo não é suficiente para tirar dele todo o seu potencial. Quem consegue
evoluir ou mesmo prever o conhecimento futuro, estará adaptado para as novas
realidades que serão criadas evitando sua extinção perante as mudanças
mercadológicas.
2.7
O PROFISSIONAL DA GESTÃO DO CONHECIMENTO MENTORING
Segundo Oliveira
2012 nesse cenário exige o nascimento de um novo profissional que
possui a capacidade de gerir o conhecimento, também de fazer com que os
profissionais se tornem melhores, mais assertivos quanto ao seu desenvolvimento
pessoal e profissional, esse gestor do conhecimento de capital intelectual
chama-se “Mentoring”, sua atuação está focada no processo de aprendizado,
desenvolvimento de habilidades, atitudes e utilização eficiente do conhecimento
adquirido. Seu trabalho visa o desenvolvimento de pessoas de acordo com o
perfil de cada cargo, função e atividades o qual está assumindo, com ênfase no
objetivo profissional final.
O mentoring pode
ser compreendido como um processo de “transferência de sabedoria” e seu foco
mais usual é a carreira profissional do indivíduo dentro da organização. É um
processo que caracteriza por um indivíduo que aprende com outro que tem mais
experiência. Para compreender a ideia de mentoring, tomemos a definição de
Oliveira (2012, p.11): Mentoring é uma abordagem de orientação profissional e
pessoal com que um profissional, com larga experiência e forte sustentação
teórica e prática – o mentor – auxilia uma pessoa com menores experiências e
conhecimento – Mentorado – em aspectos gerias específicos para o seu
desenvolvimento pessoal e profissional. Oliveira 2012, p.11 apud LOTZ. GRAMMS. 2014. 234
Tem como
principais fermentais para executar suas funções a troca de informações por
meio da socialização do conhecimento, orientação das atividades e
aconselhamentos práticos nas realizações de suas tarefas diárias e seu
principal foco é o desenvolvimento de carreira de seu mentorado.
O
mentoring é um processo porque apresenta um conjunto de etapas; é um programa
no sentido de que pode ser estruturado para atender a objetivos específicos,
com planejamento próprio de resultados, prazos e custos; e é uma estratégia por
que é um caminho para aprendizagem, para o desenvolvimento de competências e
habilidades. LOTZ. GRAMMS. 2014 p. 234
rodapé 1
Como foi
mostrado, torna-se de fundamental importância a implantação de um programa de
“Mentoring” ou mentoria nas organizações empresariais para alcançar-se a tão
almejada excelência organizacional.
2.8
METODOLOGIA
Durante
a formatação desse trabalho foram utilizadas pesquisas bibliográficas que
segundo Reis (2015 p. 55) é a mais simples técnica de pesquisa acadêmica e a
mais importante na construção do conhecimento e tem em seus fundamentos
contribuições de outros autores que discorreram sobre o tema a ser estudado
tendo com objetivo exploratório para o embasamento teórico das informações aqui
apresentadas e assim ampliar de forma concisa com uma visão educacional a
aplicação do tema proposto no objetivo desse estudo tendo como base uma
abordagem metodológica qualitativa baseada em observações e analises de textos
buscando sua relevância perante o tema apresentado.
O professor
competente não se limita a aplicar conhecimento, mas possui características do
investigador em ação; é capaz de problematizar uma situação de prática
profissional; de mobilizar em seu repertório ou no meio ambiente os
conhecimentos para analisara situação; de explicar como e por que toma e
implementa suas decisões, tanto em
situações de rotina como diante de imprevistos, revelando capacidade de
metacognição dos próprios processos e de transferência da experiência para outras situações; de
fazer previsões, extrapolações e generalizações a partir de sua experiência, e
registrá-las e compartilhá-las com seus colegas (Mello 2000, p. 106)
Na execução da pesquisa
foram dividas em 6 etapas para então extrair a informações necessárias na
formatação desse trabalho são a identificação do problema, levantamento
bibliográfico do tema, formulação do objetivo do artigo, definição do método de
estudo, análise dos dados resultantes, conclusão final sobre o tema abordado.
Ao ser cumprido todas as
etapas aqui propostas foi desenvolvido um conceito claro sobre a gestão do
conhecimento aplicada nas organizações empresariais e suas aplicabilidades
práticas na condução das organizações empresariais.
3 CONCLUSÕES FINAIS
Os estudos e pesquisas realizadas mostraram que a
implantação da gestão do conhecimento nas organizações irá gerar aumento da
capacidade de resposta na resolução de problemas, assim aumentando a
competência organizacional perante os desafios do mercado, gerando o aumento de
confiança dos colaboradores na organização a qual faz parte, ainda com isso
transforma essa entidade organizacional em uma empresa que aprende, gerando
assim uma evolução constante perante as mudanças em que o mercado sempre está
passando.
O conhecimento é uma poder grandioso que nos transforma
em seres conscientes dos acontecimentos ao nosso redor e nosso potencial
transformador do ambiente, conseguir gerenciar isso nos tornar capazes de mudar
a realidade e a percepção de todos os que estão envolvidos nas ações
estratégicas e do alcance dos objetivos traçados, assim alcançando coisas que
antes se imaginava impossíveis e inalcançáveis.
A consciência é o que diferencia
o ser humano dos outros animais, que o faz perceber-se e aos outros ao seu
redor, consegue-se mudar de uma situação atual para uma nova situação desejada,
dando-o poder da liberdade de escolha sobre sua vida, mas sendo livre para
escolher, então é responsáveis pelas consequências dessas escolhas, portanto
estudar o processo de tornar o ser humano mais responsável por suas ações e
consciente dos resultados a serem alcançados é fundamental para o sucesso de
qualquer organização empresarial por essa razão se faz necessário à implantação
de programas de “Mentoring” ou Mentoria.
Nesse processo de gestão, o mentor
é o profissional capaz de tornar os membros da organização e as próprias organizações
mais conscientes do seu potencial e de como pode se desenvolver perante os
desafios de hoje e do futuro, assim chegando a excelência organizacional, mas a
evolução organizacional não permanece somente nesse tema, sendo necessários
estudos mais aprofundados de modelos de gestão, novos conceitos administrativos
como, por exemplo, a administração transpessoal, estudos voltados para a
engenharia, arquitetura e design organizacional todos novos no campo de estudo
da administração.
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